Magistrada faz novas revelações envolvendo Moraes nos EUA e arrisca “aposta” estarrecedora
13/10/2025 — Por Marcos Melo
O caso que já vinha causando inquietação nos bastidores diplomáticos entre Brasil e Estados Unidos acaba de ganhar novos contornos. A magistrada brasileira exilada nos EUA, Ludmila Lins Grilo, fez revelações inéditas envolvendo o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e a brasileira naturalizada norte-americana Flávia Magalhães Soares, que denunciou o magistrado por supostas violações de direitos constitucionais em território americano.
Flávia, que vive na Flórida há mais de duas décadas, apresentou uma denúncia formal à Embaixada dos Estados Unidos no Brasil no início de 2025, acusando Moraes de ferir a 1ª e a 14ª Emendas da Constituição dos EUA — dispositivos que garantem a liberdade de expressão e o devido processo legal. Segundo ela, suas redes sociais foram alvo de censura e monitoramento por autoridades brasileiras após críticas feitas ao ministro e ao Supremo, mesmo estando fora do país.
Agora, segundo Ludmila, o caso tomou proporções ainda mais graves. A magistrada afirma que agentes da Polícia Federal brasileira teriam sido enviados aos Estados Unidos para vigiar e coletar informações sobre Flávia, numa ação que, se confirmada, representaria uma violação direta da soberania americana.
Uma acusação com implicações internacionais
Em uma live transmitida neste domingo (12), Ludmila Lins Grilo declarou possuir informações que indicam operações de monitoramento transnacional contra críticos do STF, conduzidas sob o pretexto de “investigações de crimes digitais”. Segundo ela, esses atos “ultrapassam completamente os limites do poder nacional e afrontam tratados internacionais de cooperação jurídica”.
“Se agentes brasileiros realmente atuaram em solo americano para vigiar uma cidadã naturalizada dos Estados Unidos, isso é uma bomba diplomática. O governo dos EUA leva esse tipo de violação extremamente a sério”, afirmou Ludmila.
Ela acrescentou ainda que a denúncia de Flávia, entregue à Embaixada e protocolada também junto ao Departamento de Estado norte-americano, já estaria sob análise de autoridades de Washington. “Os americanos estão atentos. A violação de liberdades civis de um cidadão americano é um tema sensível. Isso pode gerar sérias consequências políticas e jurídicas”, disse.
Quem é Flávia Magalhães Soares
Flávia, que se naturalizou cidadã americana em 2003, ganhou notoriedade nas redes sociais ao compartilhar críticas contundentes ao Supremo Tribunal Federal e, em especial, ao ministro Alexandre de Moraes. De acordo com ela, após publicar uma série de vídeos denunciando “abusos de poder e censura judicial no Brasil”, começou a sofrer intimidações online, além de bloqueios e notificações judiciais supostamente expedidas em seu nome.
A cidadã americana diz ter ficado surpresa ao descobrir que seus perfis estavam sendo monitorados por autoridades brasileiras. “Estou nos Estados Unidos, sob as leis americanas. O que o STF pensa que está fazendo, tentando censurar uma americana? Isso é ridículo e perigoso”, afirmou em entrevista concedida em março deste ano.
Ludmila Lins Grilo e o “exílio judicial”
A magistrada Ludmila Lins Grilo, que vive nos EUA desde 2021 após enfrentar processos disciplinares no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), vem se tornando uma das vozes mais críticas à atuação de Moraes. Em sua análise mais recente, Ludmila afirmou que o caso de Flávia “pode ser o gatilho para o início de uma crise diplomática inédita entre Brasil e Estados Unidos”.
Ela foi enfática: “Minha aposta é que, se o governo americano confirmar que houve agentes da Polícia Federal em solo americano, o Departamento de Justiça vai exigir explicações formais de Brasília. Isso pode escalar para sanções e até para uma investigação do Congresso americano sobre interferência estrangeira.”
Repercussão e silêncio oficial
Até o momento, o Itamaraty e a Embaixada dos Estados Unidos em Brasília não comentaram oficialmente o caso. Fontes diplomáticas consultadas por veículos independentes teriam afirmado que “qualquer operação de segurança conduzida por um país dentro do território de outro, sem autorização formal, constitui violação grave das normas internacionais”.
Por sua vez, o Supremo Tribunal Federal também não se pronunciou sobre as alegações. A assessoria de Alexandre de Moraes manteve silêncio, enquanto aliados do ministro classificaram as denúncias como “teorias conspiratórias sem fundamento”.
Apesar disso, o tema vem repercutindo fortemente nas redes sociais. Juristas e influenciadores conservadores destacaram que, se as declarações forem confirmadas, Moraes pode enfrentar consequências jurídicas sérias nos Estados Unidos, incluindo um eventual mandado de investigação internacional.
“Aposta estarrecedora”
Ao final de sua declaração, Ludmila Lins Grilo fez uma previsão ousada. “Se o governo americano agir conforme suas próprias leis, não duvido que Alexandre de Moraes possa, em algum momento, ser considerado persona non grata em território norte-americano. E isso seria o início de uma reviravolta histórica”, afirmou.
As palavras da magistrada ecoam como um alerta. O que começou como uma denúncia isolada de uma cidadã americana pode se transformar em um caso diplomático de grandes proporções, colocando em xeque a imagem internacional do Supremo Tribunal Federal e do próprio sistema judicial brasileiro.
Enquanto isso, cresce a expectativa sobre como Washington reagirá — e se o Brasil responderá às acusações de violação da soberania e das liberdades garantidas pela Constituição dos Estados Unidos.