Falha técnica na GloboNews faz áudio vazar e expõe o “ódio” de jornalista em comentário sobre Netanyahu (veja o vídeo)
13/10/2025 – 15h30
Uma falha técnica durante o programa “Em Ponto”, exibido na manhã desta segunda-feira (13), na GloboNews, gerou um dos momentos mais constrangedores e polêmicos do canal nos últimos meses. Enquanto o noticiário transmitia ao vivo o discurso do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, um áudio atribuído à jornalista e apresentadora Mônica Waldvogel acabou vazando e expôs um comentário considerado ofensivo e de cunho pessoal contra o líder israelense.
O incidente aconteceu por volta das 7h35, quando a emissora transmitia, diretamente de Jerusalém, o pronunciamento de Netanyahu sobre a libertação de reféns mantidos pelo grupo terrorista Hamas e os próximos passos do governo israelense na Faixa de Gaza. A fala do premiê era acompanhada de tradução simultânea, quando, inesperadamente, uma voz feminina foi captada ao fundo, dizendo:
“Nossa Senhora... espero que o Diabo lhe...”,
antes de o som ser abruptamente cortado.
A interrupção ocorreu de forma imediata, e a transmissão seguiu como se nada tivesse acontecido. No retorno ao estúdio, nenhum dos apresentadores mencionou o episódio, tampouco houve qualquer tentativa de explicação por parte da emissora naquele momento.
Repercussão nas redes sociais
Bastaram alguns segundos de áudio para que o vídeo se espalhasse pelas redes sociais. Internautas registraram o momento e começaram a compartilhar trechos da transmissão com legendas críticas, levantando debates sobre o comportamento de jornalistas em emissoras de televisão e o limite entre opinião pessoal e imparcialidade jornalística.
A hashtag #MonicaWaldvogel rapidamente chegou aos assuntos mais comentados do X (antigo Twitter), acompanhada de comentários de usuários que exigiam um posicionamento público da GloboNews. “Se fosse ao contrário, a emissora já estaria exigindo retratação. Mas como é uma fala contra Netanyahu, vai ser silenciada”, escreveu um internauta. Outro ironizou: “A neutralidade jornalística da GloboNews durou até o microfone ficar aberto”.
Alguns usuários, no entanto, saíram em defesa da apresentadora, afirmando que o comentário poderia ter sido mal interpretado ou que o áudio poderia não ser dela. “Não se pode confirmar 100% que a voz é da Mônica, e o trecho foi cortado antes do final. Pode ter sido uma frase fora de contexto”, argumentou outro perfil.
GloboNews mantém silêncio
Até o início da tarde desta segunda-feira, a GloboNews não havia se pronunciado oficialmente sobre o caso. Nenhuma nota foi publicada nas redes sociais da emissora ou em seu site institucional. A falta de resposta apenas intensificou o debate, alimentando especulações sobre a autenticidade do áudio e a postura da emissora diante do incidente.
Fontes internas ouvidas por portais de mídia independentes afirmaram que a equipe técnica estaria apurando o ocorrido para determinar a origem do vazamento. “Houve uma sobreposição acidental de canais de áudio. Estamos analisando quem estava no ar e se o microfone de estúdio ficou aberto indevidamente”, teria dito, sob anonimato, um funcionário do canal.
Histórico de declarações polêmicas
Mônica Waldvogel, uma das jornalistas mais experientes da casa, já esteve envolvida em outras situações controversas ao longo da carreira. Conhecida por seu estilo direto e por comentários incisivos, ela é frequentemente apontada por críticos como uma das vozes mais alinhadas ao pensamento progressista dentro da emissora.
Em 2023, a apresentadora chegou a protagonizar um embate ao vivo com um analista político após discordar de sua avaliação sobre a política externa de Israel, o que gerou forte repercussão na internet. O novo episódio, portanto, reacende o debate sobre a imparcialidade da cobertura internacional da GloboNews, especialmente em temas sensíveis envolvendo o Oriente Médio.
Debate sobre ética e jornalismo
Especialistas em comunicação analisam que o caso revela os riscos do telejornalismo em tempo real, onde qualquer erro técnico pode ter repercussões imensas. “O microfone aberto é o pesadelo de qualquer profissional de TV. Mas o problema maior é quando o que se ouve demonstra um juízo pessoal ou uma emoção que o público não espera de um jornalista em serviço”, explica o professor de Ética e Comunicação da USP, Ricardo Abreu.
Segundo ele, o episódio pode ter consequências para a imagem da emissora, mesmo que o vazamento tenha sido acidental. “O público confia que a cobertura jornalística se mantenha neutra. Quando se percebe ódio, desprezo ou sarcasmo por parte de quem narra os fatos, a credibilidade se abala”, pontua.
Silêncio e cobrança de transparência
Enquanto a GloboNews evita comentar o caso, cresce a pressão por transparência. Diversos perfis de jornalistas e influenciadores pediram, nas redes sociais, que a emissora esclareça o ocorrido e, se confirmado o áudio, que haja retratação pública.
“Um pedido de desculpas seria o mínimo. Não se trata apenas de uma falha técnica, mas de respeito ao público e à isenção jornalística”, escreveu um comentarista político.
Por outro lado, há quem veja na repercussão uma tentativa de inflar um erro técnico para atacar a emissora. “Erros acontecem, e não se pode transformar uma falha de som em escândalo diplomático”, ponderou uma ex-repórter do canal.
Independentemente das interpretações, o episódio volta a colocar a GloboNews no centro das atenções — e reacende o debate sobre até que ponto a opinião pessoal deve interferir no jornalismo transmitido em rede nacional.
👉 Assista ao vídeo do momento que gerou polêmica nas redes sociais abaixo.