Pesquisa mostra "surra" de Bolsonaro em 2026 e Lula não vai conseguir escapar

Caio Tomahawk

Uma nova pesquisa divulgada neste domingo (12) pelo Instituto Ibespe revelou um cenário político que reforça o favoritismo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em uma eventual disputa eleitoral contra o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o levantamento, se o segundo turno das eleições presidenciais fosse realizado hoje, Bolsonaro venceria com ampla vantagem, obtendo 41,1% das intenções de voto, contra 34,2% de Lula.

Os números confirmam uma tendência já observada em outros institutos: mesmo afastado da vida política ativa e enfrentando processos judiciais, o ex-presidente mantém um capital eleitoral sólido e um apoio popular considerável. A pesquisa do Ibespe, que ouviu eleitores de todas as regiões do país, indica ainda que o petista enfrenta um desgaste crescente, especialmente entre os eleitores de classe média e entre os mais jovens — dois segmentos cruciais para qualquer vitória presidencial.
Reação imediata no campo bolsonarista

Após a divulgação dos números, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) reagiu com indignação e provocação. Em suas redes sociais, o parlamentar fez duras críticas ao governo e ao Supremo Tribunal Federal, insinuando que a situação jurídica de seu pai seria uma tentativa deliberada de impedir o retorno de Bolsonaro ao poder.

Flávio declarou:


“Bolsonaro está preso por um pedido de você sabe quem… Lula tem medo. Ele sabe que não pode vencê-lo nas urnas e, por isso, faz de tudo para tirá-lo da disputa em 2026. Mas, de um jeito ou de outro, o covarde vai ter que enfrentá-lo nas eleições. Vamos aprovar a anistia e libertar Bolsonaro para que ele possa libertar o Brasil de Lula e do PT.”

A fala do senador repercutiu fortemente nas redes sociais, acumulando milhares de compartilhamentos e reações em poucas horas. Para aliados do ex-presidente, a pesquisa é a prova de que o povo brasileiro ainda vê em Bolsonaro a figura de um líder capaz de devolver estabilidade, segurança e prosperidade ao país.
Lula em queda e governo desgastado

Do outro lado, o presidente Lula enfrenta um cenário de desgaste político e econômico. Mesmo com a máquina pública a seu favor, o governo tem sido alvo de críticas em razão da inflação persistente, do aumento da criminalidade e das dificuldades no mercado de trabalho.

Pesquisas recentes de avaliação de governo mostram uma queda gradual na aprovação do petista, especialmente entre os eleitores do Sudeste e do Centro-Oeste, regiões que têm peso decisivo em eleições presidenciais.

Analistas apontam ainda que o governo vem perdendo apoio entre trabalhadores autônomos e pequenos empresários, grupos que foram duramente atingidos por políticas fiscais consideradas “punitivas” e pelo aumento de impostos. A promessa de crescimento sustentado e estabilidade econômica ainda não se concretizou — e isso, segundo especialistas, tem corroído a confiança popular.
Bolsonaro segue forte, mesmo sob pressão

Apesar de enfrentar uma série de processos e restrições judiciais, Jair Bolsonaro continua a mobilizar milhões de apoiadores em todo o país. Em eventos recentes, mesmo com sua ausência física, atos pró-Bolsonaro reuniram grandes multidões em várias capitais.

Para a base bolsonarista, o discurso da “perseguição política” tem fortalecido ainda mais o ex-presidente, que é visto como um símbolo de resistência contra o sistema. O movimento em torno da anistia de Bolsonaro, defendido por parlamentares como Flávio e Carla Zambelli, tem ganhado força no Congresso e nas redes sociais.

Políticos próximos ao ex-chefe do Executivo afirmam que, caso a anistia seja aprovada, Bolsonaro voltará com força total ao cenário eleitoral, disposto a liderar uma frente conservadora unificada para derrotar o PT nas urnas.

 

A oposição ganha fôlego


O resultado da pesquisa do Ibespe também serviu para revigorar o campo oposicionista, que vinha em compasso de espera diante da incerteza jurídica envolvendo o ex-presidente. Deputados e senadores aliados ao PL e à direita já articulam estratégias para transformar o apoio popular demonstrado nos números em pressão política efetiva sobre o governo e as instituições.

Parlamentares próximos de Bolsonaro acreditam que a sociedade está cada vez mais cansada do discurso ideológico do PT e deseja uma agenda voltada para segurança pública, liberdade econômica e respeito aos valores tradicionais. “O Brasil quer mudança, mas não qualquer mudança — quer recuperar a esperança que existia até 2022”, disse um deputado aliado, sob condição de anonimato.
Lula tenta reagir

Enquanto isso, o Palácio do Planalto tenta conter os danos. Fontes próximas a Lula afirmam que o presidente ficou “surpreso” com a diferença expressiva e que deve intensificar viagens e programas sociais nos próximos meses para recuperar parte do eleitorado perdido.

Ainda assim, dentro do próprio PT, há quem admita que o governo enfrenta dificuldades de comunicação e fadiga política. A estratégia agora é tentar resgatar a imagem de Lula como líder popular, mas sem o desgaste de embates diretos com Bolsonaro — uma tarefa que se mostra cada vez mais difícil diante do cenário revelado pelas pesquisas.

Com Bolsonaro à frente mesmo fora da arena política, e Lula enfrentando resistência crescente, a disputa de 2026 se desenha antecipadamente. E, se o Ibespe estiver certo, o ex-presidente continua sendo o nome mais forte do país, mesmo sob cerco judicial — um sinal claro de que o petista não conseguirá escapar facilmente do confronto que se aproxima.

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